Não tenha medo de oferecer – ovos, peixes, frutos do mar, glúten, amendoim e castanhas para seu bebê – Óbvio que estes últimos devem ser apresentados em textura adequada a fase do desenvolvimento da mastigação e deglutição.
Enquanto os primeiros consensos preconizavam a introdução tardia dos alimentos sólidos para crianças de alto risco de doenças alérgicas baseados em poucas evidências científicas (ovo após 24 meses de vida ou maneira fracionada, amendoim, castanhas, peixes e frutos do mar após os 3 anos e leite de vaca após os 12 meses), hoje se entende que a introdução de alimentos complementares não está relacionada com maior predisposição a alergias. Isso inclui alimentos que previamente eram considerados mais alergênicos, como peixes, ovos e produtos que contêm proteínas do amendoim.
De qualquer forma, os estudos analisados recomendam que o aleitamento materno exclusivo se prolongue até os 6 meses de vida, e somente a partir de então os alimentos complementares adequados sejam introduzidos.
A introdução de certos alimentos potencialmente alergênicos, como ovo e peixe, pode ser realizada a partir do sexto mês de vida. Os estudos que avaliaram os benefícios dessa introdução a partir dos 6 meses, e não tardia, observaram menor risco de desenvolvimento futuro de desfechos alérgicos.
O risco de desenvolvimento de doença celíaca eleva-se com a introdução de glúten antes dos 3 meses de idade ou após os 7 meses em indivíduos geneticamente predispostos. Tal introdução (precoce e tardia) pode também estar associada com risco elevado de diabetes tipo 1.
O leite de vaca integral, por várias razões, entre as quais o fato de ser pobre em ferro e zinco, não deverá ser introduzido antes dos 12 meses de vida. É um dos grandes responsáveis pela alta incidência de anemia ferropriva em menores de 2 anos no Brasil. Para cada mês de uso do leite de vaca a partir do quarto mês de vida, ocorre queda de 0,2 g/dL nos níveis de hemoglobina da criança.
Sabendo-se dos benefícios do aleitamento materno prolongado, propõe-se a introdução de alimentos a partir do sexto mês de vida. A introdução após 1 ano parece aumentar ainda mais os riscos de alergia.